É simplesmente lindo!
E nos faz lembrar que o medo de amar está presente desde que somos crianças, o medo de não ser correspondido... A grande diferença que o medo na criança é ainda um véu fino, não a prende, nem a impede de ver o mundo, facilmente esse véu se rasga.
Infelizmente crescemos, e o véu pode se tornar uma muralha que nos prende e limita a nossa visão de mundo.
Não estou apenas falando do medo de amar o outro como amante, marido, namorado... Também estou falando do medo de amar a vida, a profissão, um hobby, um amigo, um momento, a nós mesmos.
Medo de nós amar. Muitas vezes é mais fácil tentar amar o outro, porque ele pode simplesmente nos amar primeiro e simplesmente correspondemos a esse amor, digo, pensamos que correspondemos e muitas vezes pode ser real , porém em outras vezes a pessoa se manteve "amando" simplesmente por amar o que o outro sentia por ela, porque ela não amava a si próprio... Deu para entender? Penso que o maior mal de não amar a si mesmo é aceitar qualquer amor que oferecem, visto que falta, parece que qualquer coisa serve.
Estou falando de casais que depois de anos descobrem que não tinham nada em comum, ou de casais onde um oferecia amor sincero, mas o outro por não se amar não conseguia corresponder inteiramente a esse amor. Estou falando também de casais onde a relação se mantém pela dor, pelo ódio, pela mágoa, porque nenhum dos dois se amam, nem a si, nem ao outro.
Ahhh as vezes, fico me sentindo meio depressiva, numa sexta-feira, com um videozinho tão cute, eu tiro uma reflexão deprimente... Mas acho que é o meu jeito de me dizer, não faça isso Silvana, nunca faça, jamais!
Bom eu já fiz, já me iludi com sentimentos de medo, achando que era amor. Hoje, eu acho que estou conseguindo, acredito no amor que sinto, acredito que estou aprendendo a me amar e a amar o outro. E acho que é um processo diário de optar pelo amor e não pelo medo, porque mesmo depois de anos com a mesma pessoa, embora você se sinta seguro, aceito e amado... Amar e simplesmente amar, em cada gesto do dia, exige um desprendimento, um atirar de si mesmo em direção ao abismo da incerteza de ser completamente correspondido, ou melhor, correspondido como imaginamos que devemos ser...
Bom, acho que o Pablo Neruda explica melhor:
"Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo quando não te amo e por isso te amo quando te amo"
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo quando não te amo e por isso te amo quando te amo"
Bom final de semana!
p.s.: foi delicia comer no bandejão a semana toda...rs...pelo menos o regime ficou garantido!